> Romantismo

O séc. XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela Revolução Francesa. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa. Podemos identificar nesse período vários movimentos que produziram obras de arte segundo diferentes concepções e tendências. Entre esses movimentos artísticos, o primeiro que vamos estudar é o Romantismo, que se caracteriza por uma reação ao Neoclassicismo do séc. XVIII.

Enquanto os artistas neoclássicos voltaram-se para a imitação da arte Greco-romana e dos mestres do Renascimento italiano, submetendo-se às regras determinadas pelas escolas de belas-artes, os românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística. Ao lado dessas características mais gerais, percebemos também o nacionalismo e a valorização da natureza.

PINTURA

Ao negar a estética neoclássica, a pintura romântica aproxima-se das formas barrocas. Assim, os pintores românticos recuperam o dinamismo e a sugestão de agitação que os neoclássicos haviam negado. A cor é novamente valorizada e os contrastes de claro-escuro reaparecem, produzindo efeitos de dramaticidade no observador.

Quanto ao tema, em geral os fatos reais da história nacional e da cultura contemporânea dos artistas despertaram maior interesse do que os da mitologia Greco-romana. Além disso, a natureza, relegada a pano de fundo nas cenas aristocráticas pelo Neoclassicismo, ganha importância. Ela mesma passa a ser o tema da pintura. Ora calma, ora agitada, a natureza exibe um dinamismo equivalente às emoções humanas.

Francisco José GOYA y Lucientes trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo (A família real e A leiteira de Bordéus), os horrores da guerra (O Colosso), a ação incompreensível de monstros (Saturno devorando um de seus filhos) e cenas históricas. Além de pintor, foi um grande autor de desenhos, que podem ser apreciados, por exemplo, nas séries Los Caprichos, em que satiriza os costumes da sociedade do seu tempo; Os desastres da guerra, em que retrata o caráter desumano das ações bélicas, e Tauromaquia, em que contrasta os aspectos festivos e trágicos das touradas. Esses conjuntos de desenhos conferem a Goya o reconhecimento internacional de um dos maiores desenhistas de todos os tempos. Goya também soube alterar fundamentalmente o modo de retratar o conteúdo histórico, dando-lhe um caráter mais geral. Um bom exemplo disso é a sua obra Os fuzilamentos de 3 de maio

Eugène DELACROIX visitou o Marrocos, aos 29 anos, como parte de uma comitiva francesa. A partir de então, demonstrou interesse pela tema de multidões agitando-se nas ruas, como em A agitação de Tânger (1837-38) e em seu quadro mais conhecido, A liberdade guiando o povo (1830).

A pintura paisagística já havia se desenvolvido no séc. XVIII, mas foi no período romântico que ganhou nova força, principalmente na Inglaterra. A paisagem inglesa caracteriza-se, de um lado, por seu realismo, e por outro, pela recriação das contínuas modificações das cores da natureza causadas pela luz solar. Por causa dessa segunda característica, alguns estudiosos consideram que os paisagistas ingleses do séc. XIX anteciparam-se em algumas décadas aos impressionistas franceses.

Joseph Mallord William TURNER representou os grande movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete procurou descrever uma certa "atmosfera". Exemplos disso são as telas O grande canal, Veneza; Chuva, vapor e velocidade (1844); e Vapor numa tempestade de neve (1842). O efeito geral de suas paisagens possui um brilho tal que levou John Constable, outro pintor, a chamar as telas de Turner de "visões douradas".

Ao contrário de Turner, a natureza retratada por John CONSTABLE é serena e profundamente ligada aos lugares onde o artista nasceu, cresceu e trabalhou ao lado do pai. Muitos elementos de suas paisagens faziam parte da vida cotidiana do artista quando jovem. Um exemplo disso é A carroça de feno (1821). Constable considerava a luz o elemento da natureza fundamental para a pintura paisagística.

A escultura teve que encontrar meios técnicos de expessividade, para representar o espírito romântico, exaltando sentimentos e emoções. A temática em geral era:

  • Natureza (animais e plantas);
  • Temas heróicos;
  • Cenas de fantasia e imaginação;

Foram evitadas as regras de composições estática e superfícies lisas, comuns no neoclassicismo, para mais uma vez, enfatizar a dramaticidade e os sentimentos através do movimento. O mármores foi o material mais utilizado, mas aos poucos foi trocado pelo bronze, madeira, etc.

Entre os principais escultores, podemos citar Antoine-Louis Barye e François Rude.

Antoine-Louis Barye

Françoia Rude

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