> REALISMO

Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica par interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

ARQUITETURA

Os arquitetos e engenheiro procuraram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigiam mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para os mais ricos. Para isso os arquitetos e engenheiros dessa tendência utilizaram materiais novos surgidos a partir da Revolução Industrial, como o ferro fundido e o concreto armado. As estruturas de ferro passam a ficar mais aparentes, criando forma imponentes como a Torre Eiffel, de 324 metros de altura, ou delicadas como Palácio de Cristal. A Torre Eiffel foi nomeada em homenagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel.

ESCULTURA

A escultura desse período não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiram os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Entre os escultores desse período, o que mais se destaca é Auguste Rodin. Sua produção despertou polêmica: alguns estudiosos apontam em seu trabalho aspectos realistas; outros consideram mais as emoções que podem ser percebidas nos seres esculpidos. Há quem destaque em sua produção elementos do Impressionismo, movmento art´sitico do qual também foi contemporâneo. Com sua obra São João pregando (1879), entretanto, Rodin já revela sua característica fundamental: a fixação do momento significativo de um gesto humano.

É isso que podemos ver, por exemplo, no conjunto escultórico Os burgueses de Calais (1895). Essa obra narra um episódio da Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra. Essa mesma tentativa de surpreender o homem em suas ações aparece em O pensador (1880), seguramente sua obra mais conhecida.

Quanto aos retratos, nem sempre Rodin foi fiel à precupação naturalista de reproduzir os traços fisionômicos do seus modelo. A escultura que fez Balzac (1892-97), um dos escritores franceses mais importantes do séc. XIX, por exemplo, chegou a ser recusada pela Sociedade dos Homens de Letras de

Paris, que a encomendara, pois não havia semelhança física entre a obra e o retratado. O que o escultor fez foi privilegiar, à sua maneira, o caráter vigoroso que a personalidade do escritor lhe sugeria, mais isso o envolveu numa grande polêmica.

Abaixo, obras da artista Camile Claudel, aprendiz de Rodin:

PINTURA

A pintura realista do séc. XIX caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe melhorar artisticamente as coisas, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os aspectos mais característicos e expressivos da realidade. Em vista disso, a pintura realista deixa completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos, e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma realidade imediata e não imaginada. Apesar de tudo, o realismo manteve-se nos seus preceitos acadêmicos, como a exatidão do desenho e perfeito acabamento do quadro.

A volta do artista para a representação do real teve um conseqüência: sua politização. Isso porque, se a industrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também o surgimento de uma grande massa de trabalhadores vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada "pintura social", denunciando as desigualdades entre a pobreza dos trabalhadores e a riqueza da burguesia.

Gustave Courbet foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Courbet manifesta em sua pintura uma simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no séc. XIX, tal como podemos ver nas obras Os britadores e Moças peneirando trigo (1853-54).

Junto com Courbet, Jean-François Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu. Sua obra foi uma resposta à estética romântica,e deu forma à realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras. Suas obras sobre camponeses foram consideradas sentimentais para alguns, e piegas para outros, mas a verdade é que as obras de Millet em nenhum momento suscitaram indiferença. Em seus ocres e marrons, no lirismo de sua luz, na magnificência e dignidade de suas figuras humanas, o pintor manifestava a integração do homem com a natureza, como na obra A fiadeira. No entanto, é nos pequenos gestos que se pode descobrir a capacidade de observação deste grande pintor. Exemplo disso é sua famosa tela Angelus (1859).

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