> Pós-impressionismo

A pintura que se desenvolveu de 1886, depois da última exposição impressionista, até o surgimento do Cubismo, com Picasso e Braque, entre 1907 e 1908, abrange pintores de tendências diversas, como Gauguin, Cézanne, Van Gogh, que apenas no início da carreira identificaram-se com o impressionismo.

Inicialmente Paul Gauguin (1848-1903) ligou-se ao Impressionismo e participou da quinta exposição coletiva desse movimento, em 1880, mas por volta de 1884 seus quadros já superavam, em alguns aspectos, a tendência impressionista: a tinta começa a ser usada pura, em áreas de cor bem definidas, os objetos passam a ser coloridos de modo arbitrário e a representação deixa de sugerir a tridimensionalidade.

Em 1886 Gauguin ainda participa da última exposição impressionista com algumas telas. Mas em 1888, as características de sua pintura se acentuam, principalmente na obra "Jacó e o anjo". Nessa obra, ao contrário da pintura impressionista, os campos de cor são bem definidos e limitados por linhas de contorno visíveis, as formas das pessoas e dos objetos são planas e as sombras desaparecem.

Na década de 1890 Gauguin viveu no Taiti, onde produziu uma série de telas que constitui a parte mais conhecida de sua obra. Essas ilhas despertaram no artista uma nova concepção de vida e uma nova percepção da realidade. Isso sem dúvida se refletiu em sua pintura, pois os quadros dessa época registram o espaço natural e a vida simples de pessoas livres dos compromisso e dificuldades próprias do dia a dia dos centros urbanos do séc. XIX. Esses aspectos podem ser observados em obras como "Ta matete" (1892) e "Arearea (O cão vermelho)" (1892), onde podemos ver que nem todas as cores correspondem às da realidade.

Como Gauguin, Paul Cézanne (1839-1906) também teve o início de sua carreira ligado ao movimento impressionista. Mas não tardou para que sua pintura tomasse outros rumos. Ele não se preocupava em registrar o aspecto passageiro de um momento provocado pela constante mudança da luz solar, como defendiam os impressionistas. Ao contrário, o que Cézanne buscava era o permanente, a estrutura íntima da natureza.

Essa mudança radical de concepção estética já é evidente em sua tela "O castelo de Médan" (1879-81). Nesse quadro, os campos de cor são bem delimitados, embora persistam ainda áreas matizadas com ocre e laranja. No entanto, as árvores são concebidas com uma estrutura cilíndrica bem definida e é nítida a diferença entre linhas horizontais e verticais.

A partir dessa obra, o rompimento com o grupo impressionista é inevitável, is a tendência de Cézanne em converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas - acentua-se cada vez mis, de tal forma que se torna impossível para ele recriar a realidade segundo "impressões" captadas pelos sentidos.

A arte de Cézanne amadurece no período que vai de 1885 a 1895, em que mora em Aix-em-Provence, longe do agitado ambiente de Paris. Nessa época, pintou alguns retratos como o de sua mulher, nos quais podemos observar o mesmo tratamento dado aos objetos ou aos elementos da natureza. Em "Madame Cézanne em vermelho" (1890) fica evidente a intenção geometrizando do artista, pois a obra representa o rosto da figura feminina com forma oval e os braços com formas cilíndricas.

Conhecer Vincent Willem van Gogh (1853-1890) é entrar em contato com um artista apaixonante. Alguém que se empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza por meio da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. É possível encontrar períodos bem determinados em sua produção, que vão desde os seus primeiros quadros, em torno de 1880, até já próximo de sua morte, em 1890.

O 1º período relaciona-se com o tempo em que assumiu a condição de pregador religioso entre os mineiros belgas, dos quais se tornou companheiro de trabalho. Sua pintura estava então ligada à tradição holandesa do claro-escuro e à preocupação com os problemas sociais. As cores que usava eram sombrias, e seus personagens, melancólicos, como aparecem, por exemplo, na tela "Os comedores de batata" (1885).

Em 1881, depois de vários conflitos pessoais, Van Gogh voltou para a casa da família, na Holanda. Mas em 1886 seguiu para Paris, onde teve início uma nova fase de sua pintura. Na capital francesa, ligou-se superficialmente ao impressionismo, mas logo o abandonou, pois procurava um novo caminho para sua arte.

Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade ao sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e o artista libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Van Gogh apaixonou-se então pelas cores intensas, como podemos observar em "Jardim das Hortas" (1888), "Pôr do Sol" e "A sesta" (1890).

Van Gogh passou por várias crises nervosas e, depois de internações e tratamento médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, ao norte da França. Nessa época, em 3 meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e linhas retorcidas, como "Trigal com corvos" (1890), em que predominam as pinceladas bem visíveis e apenas a sugestão dos elementos. A representação turbulenta da realidade, nesse quadro, chama mais a atenção do observador quando este a compara com uma cena muito semelhante retratada em "Campo de trigo" (1881). Em Junho de 1890 suicidou-se, deixando uma obra composta por 890 pinturas e 1756 desenhos.

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