> Neoclassicismo

Nas últimas décadas do séc. XVIII e nas primeiras do séc. XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Napoleão.

Esse estilo chamou-se Neoclassicismo por retomar os princípios da arte da Antiguidade Greco-romana. A outra denominação - Academicismo - deveu-se ao fato de que as concepções artísticas do mundo Greco-romano tornaram-se os conceitos básicos para o ensino das artes nas academias mantidas pelos governos europeus.

De acordo com a tendência neoclássica, uma obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não as formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas italianos já haviam criado. E esse trabalho de imitação só era possível por meio de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica. Por essa razão, o convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes até serem questionados pela arte moderna.

ARQUITETURA

Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos Greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. A Igreja de Santa Genoveva foi projetada por Jacques Germain Souflot, que pode ser considerado um dos primeiros arquitetos neoclássicos. Ele concebeu a planta do edifício com a forma de uma cruz grega, um pórtico de seis colunas e um frontão onde se encontram trabalhos escultóricos de David d'Angers. A revolução de 1789 transformou essa igreja em Panteão Nacional. Nela passaram a ser abrigados os restos mortais de importantes personagens da história francesa.

Panteão nacional, Paris, França

Portão de Brandemburgo, em Berlim, é uma obra do arquiteto Karl Gotthard Langhans, e foi construída entre 1789 e 1794. Nesse monumento, imponentes colunas dóricas apóiam um pavimento retangular sobre o qual está um belíssimo conjunto escultórico de Gottfreid Shadow, constituído por uma quadriga de bronze conduzida pela deusa da Vitória.

                                        Portão de Brandemburgo, Berlim

PINTURA

A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição da harmonia do colorido.

O maior representante da pintura neoclássica é, sem dúvida, Jacques-Louis David. Ele nasceu em Paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa; mais tarde, tornou-se o pintor oficial do império de Napoleão. Durante o governo de Napoleão, David registrou fatos históricos ligados à vida do imperador, entre os quais a Coroação de Napoleão e Bonaparte atravessando os Alpes, 1801. David, sem dúvida, exerceu uma grande influência na pintura de seu tempo. Suas obras geralmente expressam m vibrante realismo, e algumas delas exprimem fortes emoções, como é o caso do quadro que retrata a morte de seu amigo Marat (A morte de Marat, 1793).

Já no séc. XIX, quando outras tendências artísticas marcavam fortemente os pintores da época, Jean Auguste Dominique Ingres conservava uma acentuada influência neoclássica, herdada de seus mestres, sobretudo David, cujo ateliê freqüentou em 1797. Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar a fisionomia das pessoas bem-sucedidas do seu tempo, principalmente no seu gosto pelo poder e na confiança na individualidade. Exemplo disso é o Retrato de Louis François Bertin (1832), que nos põe diante de um vivo representante do homem bem-sucedido do séc. XIX. O retratado é visto com ausência de qualquer fantasia. As cores são poucas e os contornos nítidos. A pintura expressa a firmeza e a determinação do personagem que olha o observador diretamente.

Por outro lado, Ingres revela um inegável apuro técnico na pintura do nu. Sua célebre tela Banhista de Valpinçon (1808) é um exemplo disso, nessa obra fica evidente o domínio dos tons claros para a representação da pele e o domínio do desenho, uma das características mais fortes de Ingres.

A Banhista de Valpinçon, 1808
A Banhista de Valpinçon, 1808
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