> Missão Artística Francesa

O início do séc. XIX no Brasil é marcado pela chegada da família real portuguesa, que fugia do conflito entre França napoleônica e a Inglaterra. Nessa época, o Brasil recebe forte influencia da cultura européia, que começa a assimilar e a imitar. Essa tendência europeizante da cultura da colônia se afirma ainda mais com a chegada da Missão Artística Francesa, oito anos depois da vinda da Família real.

A Missão artística francesa chegou ao Brasil em 1816, chefiada por Joachin Lebreton. Dela faziam parte, entre outros artistas, Nicolas Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny. Em agosto de 1816, fundaram a Escola Real das Ciências, Arte e Ofícios, que teve seu nome alterado muitas vezes, até ser transformada, em 1826, na Academia Imperial de Belas-Artes.

 Taunay é considerado uma das figuras mais importantes da Missão Artística Francesa. Na Europa, participou de várias exposições e na corte de Napoleão foi muito requisitado para pintar cenas de batalha. No Brasil, as pinturas de paisagens foram suas criações mais famosas, e foram cerca de 30 paisagens do Rio de Janeiro e proximidades, como Morro de Santo Antonio em 1816.

Essa pintura mostra, além do Pão de Açúcar, edifícios baixos e arvores na paisagem urbana. Fora o aspecto da documentação histórica, chama a atenção do observador a impressão de luminosidade própria de um país tropical.

Debret é certamente o artista da Missão mais conhecido pelos brasileiros, pois seus trabalhos que documentam a vida no Brasil durante o séc. XIX são muito reproduzidos nos livros escolares.

Em 1917, ele já era um artista premiado na Europa e, nos primeiros anos do séc. XIX, recebia encomendas da corte francesa para pintar quadros com temas relacionados ao imperador Napoleão. A obra que realizou no Brasil foi imensa: cenas brasileiras (Ponte de Santa Efigênia, 1897), retratos da família real (Coroação de Dom Pedro I, imperador do Brasil), pinturas de cenário. Foi também professor de pintura histórica na Academia Imperial de Belas-Artes e realizador da primeira exposição de arte no Brasil.

O trabalho de Debret mais conhecido dos brasileiros é uma obra em 3 volumes denominada Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Nesses volumes é possível entrar em contato com as ilustrações do artista - desenhos e aquarelas - que documentam os usos e costumes dos indígenas brasileiros, a sociedade do Rio de Janeiro e assuntos diversos, como paisagens naturais e urbanas, retratos, estudo de condecorações, peças de vestuário e acessórios de montaria.

Na pintura sobre os índios pode-se observar a beleza dos acessórios indígenas decorados com penas, contas e dentes de animais. Além disso, o corpo vigoroso do chefe indígena (Chefe índio Camacã mongoió), principalmente as mãos, o rosto e, sobretudo, o olhar sugerem força e determinação. É muito provável que a intenção do artista ao usar esses recursos tenha sido corresponder à expectativa curiosa do público europeu para o qual se destinava sua obra.

 No campo da arquitetura, a Missão Francesa desenvolveu o estilo neoclássico, abandonando os princípios barrocos. O arquiteto responsável por essa alteração na arte de construir foi Grandjean de Montigny, autor do projeto do prédio da Academia imperial de Belas-Artes, erguido em 1826. Da construção original, hoje só resta parte de uma fachada. Inicialmente, na Academia, ficavam expostas as pinturas trazidas pela Missão Francesa. Com o passar do tempo, o acervo cresceu com aquisições e doações e hoje esse conjunto de obras está reunido no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

Entre os estudantes que passaram a freqüentar a Academia de Belas-Artes, destacaram-se Manuel de Araújo Porto-Alegre, August Müller e Agostinho José da Mota

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