> Arte Indígena Brasileira

Arte indígena brasileira é a arte produzida pelos povos nativos do Brasil, antes e depois da colonização portuguesa, que iniciou-se no século XVI. Um índio não chama nem a si mesmo de índio esse nome veio trazido pelos colonizadores no século 16. A "arte" indígena difere da arte contemporânea ocidental pelo seu caráter tradicional e seu forte utilitarismo. Tradicional porque tende a seguir padrões herdados coletivamente, que desenvolvem pequena variação ao longo do tempo. Isso é o que permite distinguir os trabalhos de uma tribo dos de outras, e aproxima a sua arte do folclore. Também não existe a figura do artista como um indivíduo cuja preocupação maior é com a criação incessante do novo antes do que com a preservação da tradição herdada.

ARQUITETURA

Taba ou Aldeia é a reunião de 4 a 10 ocas, em cada oca vivem várias famílias (ascendentes e descendentes), geralmente entre 300 a 400 pessoas. No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se reúnem os conselheiros, as mulheres preparam as bebidas rituais, é o lugar das grandes festas. Dessa praça, partem trilhas que levam à roça, ao campo e ao bosque.

Aldeia, com a Ocara ao centro
Aldeia, com a Ocara ao centro

Destinada a durar no máximo 5 anos a oca é erguida com varas, fechada e coberta com palhas ou folhas. Não recebe reparos e quando inabitável os ocupantes a abandonam. Não possuem janelas, têm uma abertura em cada extremidade e em seu interior não tem nenhuma parede ou divisão aparente. As formas das casas variam segundo os costumes de cada grupo, podem ser circulares, retangulares, pentagonais, ovais, etc. O contato com os não índios influenciou em muitas mudanças ocorridas tanto no formato de aldeias e casas, quanto no material utilizado para a construção em algumas sociedades indígenas.

Maloca é um tipo de cabana comunitária usada pelos indígenas da região amazônica (principalmente do Brasil e Colômbia). Cada tribo desta região possui este tipo de habitação com características específicas.

Opy é uma espécie de casa de rezas dos índios. Servem também para a realização de festas religiosas e rituais sagrados.

PINTURA CORPORAL E ARTE PLUMÁRIA

Eles pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defende-lo contra o Sol, os insetos e os espíritos maus. Também para revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. As cores e os desenhos 'falam', dão recados. Caprichar na tinta, nas cores e nos desenhos garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem. Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser.

A pintura corporal é geralmente uma função feminina; a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido. Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve para se enfeitar, como mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e majestade. As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são o vermelho muito vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do suco do jenipapo e o branco da tabatinga. Através da pintura corporal algumas tribos dão festas em homenagem a seus deuses,cada grupo como guerreiros, nobres e povo, se pintam e se enfeitam diferentemente. Algumas pinturas chegam a serem bem elaboradas, algumas rompendo com as formas do corpo humano.

A ALDEIA CABE NO COCAR

A disposição e as cores das penas do cocar não são aleatórias. Além de bonito, ele indica a posição de chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida em uma aldeia Kayapó. A cor mais forte (vermelho) representa a casa dos homens, que fica bem no coração da aldeia. É a "prefeitura" Kayapó, presidida apenas por homens. Aí eles se reúnem diariamente para discutir caçadas, guerras, rituais e confeccionar adornos, como colares e pulseiras. O amarelo refere-se às casas e às roças, áreas dominadas pelas mulheres. Nesses espaços, elas pintam os corpos dos maridos e dos filhos, plantam, colhem e preparam os alimentos. Esses lugares têm a mesma distância em relação à casa dos homens. O verde representa as matas, que protegem as aldeias e ao mesmo tempo são a morada dos mortos e dos seres sobrenaturais. São consideradas um lugar perigoso, já que fogem ao controle dos Kayapós.

TRANÇADOS E CERÂMICA

A variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao índio uma inesgotável fonte de matéria prima. É trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de utensílios, como cestos para uso doméstico, para transporte de alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos (peneiras), armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e avivar o fogo, objetos de adorno pessoal (cocares, tangas, pulseiras), redes para pescar e dormir, instrumentos musicais para uso em rituais religiosos, etc. Tudo isso sem perder a beleza e feito com muita perfeição.

A cerâmica destacou-se principalmente pela sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e na decoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.

Marajoara

A cerâmica marajoara foi descoberta em 1871 quando dois pesquisadores visitavam a Ilha de Marajo. Impressionados com o que viram, publicaram um artigo revelando a cultura ate então desconhecida. Além da cerâmica, os marajoaras produziam bancos, colheres, apitos, adornos, para orelha e lábios e estatuetas humanas, que chamavam a atenção por serem pouco realistas e mais estilizadas.

Para fazer o enterramento de seus mortos o povo Marajoara descarnificava os corpos. Somente os ossos, limpos e pintados de vermelho, eram depositados nas urnas, pois eles acreditavam que os ossos constituíam o depósito da alma e as urnas seriam o meio para a passagem a uma outra vida. Junto com os ossos também são encontrados objetos de uso pessoal como bancos, tangas, pingentes e colares.

Santarém

Sua maior forma de produção também foi com a cerâmica. A cerâmica santarena apresenta decoração bastante complexa e refinada: além de pinturas e desenhos, as peças têm ornamentos em relevo, com figuras humanas ou de animais. Um dos recursos que mais chama a atenção nos vasos da cultura santarena é a presença de cariátides: figuras humanas que parecem sustentar ou apoiar a parte superior do vaso. Além de vasos, a cultura Santarém produziu ainda cachimbos, cuja decoração por vezes já sugere a influência dos primeiros colonizadores europeus, e estatuetas de formas variadas. Diferentemente das estatuetas marajoaras, as da cultura Santarém apresentam maior realismo, pois reproduzem mais fielmente os seres humanos ou animais que representam.

Para os índios, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo tempo que são um artefato produzido por um homem comum, são a figura viva do ser sobrenatural que representam. Elas são feitas com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em danças cerimoniais, como, por exemplo, na dança do Aruanã, entre os Karajá, quando representam heróis que mantêm a ordem do mundo.

Herdamos alguns termos indígenas na arquitetura, como biboca (casa pequena), copiar (varanda), favela (casa miserável cujo significado indígena é urtiga), maloca (o mesmo que favela; e, em tupi quer dizer casa grande), oca (cabana; em tupi significa casa), taba (aldeia indígena), tapiri (choça), tijupá ou tijupara (cabana de índio), urupema (peneira; por extensão, ramado semelhante usado na vedação de portas, janelas e de forro).

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