> Arte Bizantina

            Bizâncio era uma antiga colônia grega localizada entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo. Nesse local, no ano 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que, graças à localização geográfica privilegiada, viria a ser palco de uma verdadeira síntese das culturas greco-romana e oriental. O termo bizantino, portanto, designa a criação cultural não só de Constantinopla, mas de todo o Império Romano do Oriente. O império Bizantino alcançou seu apogeu político e cultural durante o governo do imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565.

O momento de esplendor do Império Bizantino coincidiu historicamente com a oficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que era popular e simples em virtude das constantes perseguições aos cristãos, foi substituída por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprime poder e riqueza.

A arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta e sagrada do imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções foi estabelecida - tal como ocorrera na arte egípcia. Uma dessas convenções foi a da frontalidade, uma vez que a postura rígida da personagem representada leva o observador a uma atitude de respeito e veneração. Ao mesmo tempo, ao reproduzir frontalmente as figuras, o artista mostra respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas figuras sagradas seus senhores e protetores

Passou-se também a retratar as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se compartilhassem as mesmas características: assim, a representação de personalidades oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas. No mosaico que mostra o imperador Justiniano, na Igreja de São Vital em Ravena, ele aparece com uma auréola, símbolo característica de figuras sagradas. As personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das personalidades do Império. No mosaico Procissão dos mártires, na Basílica de San Apollinare Nuovo, Ravena, é possível observar uma procissão de santos e apóstolos aproximando-se de Cristo com a mesma solenidade dedicada, na vida real, ao imperador nas cerimônias da corte.

            O caráter majestoso da arte bizantina pode ser observado também na arquitetura das igrejas. Um dos maiores exemplos é a Basílica de Santa Sofia, que a partir de 1935 tornou-se o museu de Santa Sofia. Reconstruída no governo de Justiniano, após um incêndio da antiga construção, essa basílica apresenta a marca mais característica da arquitetura bizantina: uma grande cúpula equilibrada sobre um planta quadrada. A cúpula é formada por quatro arcos e ampliada por duas absides. O revestimento de mármore e mosaicos e a sucessão de janelas e arcos criam um espaço interno de grande beleza.

O Mosaico também foi uma marca registrada do estilo bizantino. A técnica consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre um superfície de gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente determinado. Como resultado obtém-se uma obra semelhante à pintura. , recobertas de mosaicos de cores intensas e de matérias que refletem a luz em reflexos dourados, conferem uma suntuosidade ao interior dos templos sem igual.

Além de trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, uma nova forma de expressão artística na pintura. A palavra ícone, de origem grega, significa "imagem".

Para criação dos Ícones, em geral, os artistas revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem, com as técnicas mencionadas acima. Para fazer as dobras das vestimentas, as redás e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas áreas, assim, adquiriam a cor de ouro do fundo. Às vezes, os artistas colavam jóias e pedras preciosas na pintura, chegando até a confeccionar coroas de ouro para as figuras de Cristo ou Maria. Em geral, os ícones eram venerados nas igrejas, mas não raro eram encontrados nos oratórios familiares, uma vez que se tornaram populares entre muitos povos, mantendo-se por muito tempo como expressão artística e religiosa.

Os ícones russos tornaram-se famosos - particularmente os da cidade de Novgorod, entre os quais se destacam, pela expressividade, "Mãe de Deus", e "São Floro, São Jaime e São Lauro".


Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora