> Arte Barroca

A arte barroca originou-se na península itálica no séc. XVII, mas não tardou a irradiar-se pelo restante da Europa e chegar ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Alguns princípios gerais podem ser apontados como característicos dessa concepção artística: o Barroco rompeu o equilíbrio entre sentimento e razão e entre arte e ciência que os artistas renascentistas procuravam estabelecer de forma muito consciente. Diferentemente da arte renascentista, na arte barroca a emoção predomina sobre o racionalismo.

Um fato que influenciou essa nova visão foi o surgimento da Reforma Protestante. A Reforma teve conseqüências que ultrapassaram as questões de fé e provocaram alterações em outros setores da cultura européia. A Igreja católica logo organizou a Contrarreforma e outra vez a arte era vista como um meio de propagar o catolicismo e ampliar sua influência.

Acredita-se que a palavra Barroco seja derivada do termo espanhol "berrueco", que significa "pérola de formato irregular". A palavra foi utilizada inicialmente de forma pejorativa, por críticos de arte que passaram a utilizar o termo para definir um estilo que muitos rejeitaram como exagerado, extravagante.

PINTURA

De forma geral, as características da pintura barroca podem ser resumidas em alguns pontos principais. O primeiro deles é a disposição dos elementos na tela, quase sempre em uma composição diagonal. Alem disso, as cenas representadas envolvem-se em acentuado contraste de claro-escuro, o que intensifica a expressão de sentimentos. Quanto ao tema, a pintura barroca voltou-se para a religiosidade , a vida da nobreza e também a vida do povo simples.

A produção artística de Tintoretto foi muito intensa. Pintou temas religiosos (Reencontro do corpo de São Marcos), mitológicos (Vênus e Vulcano) e retratos (Jacopo Soranzo), sempre com duas características bem marcantes: o corpo das figuras é mais expressivo que o rosto, e a luz e a cor tem grande intensidade. Para ele, um quadro devia ser visto inicialmente como um grande conjunto e só depois percebido em seus detalhes.

Caravaggio não se interessou pela beleza clássica que tanto encantou o Renascimento. Ele procurava seus modelos entre os vendedores, os músicos ambulante (O tocador de Alaúde), enfim, entre as pessoas do povo. Para ele não havia identificação, tão comum na época, entre beleza e classe aristocrática. O que mais caracteriza a pintura de Caravaggio é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista para dirigir a atenção do observador. Isso foi tão fundamental em sua obra que ele é conhecido como fundador de um estilo denomidado "luminista", que pode ser observado em Ceia de Emaús, Conversão de São Paulo e Deposição de Cristo.

A pintura barroca desenvolveu-se também nos tetos de igrejas e palácios. Essa pintura realizou audaciosas composições de perspectiva, como por exemplo, o trabalho de Andrea Pozzo em A Glória de Santo Inácio, em Roma. A obra impressiona pelo número de figuras e pela ilusão - criada pela perspectiva - de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.

Quando admiramos a pintura de Rembrandt, reconhecemos estar diante de um dos maiores artistas no domínio da luz. O que dirige nossa atenção em seus quadros não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa, como em A aula de anatomia do Dr. Tulp.

Diferente de Rembrandt, Vermeer trabalha os tons expostos à claridade. Seus temas são o da vida privada e dos costumes da Holanda seiscentista. Seus quadros como A leiteira, Mulher lendo uma carta e Moça com brinco de pérola documentam com uma beleza delicada os momentos da vida cotidiana.

Velázquez retratou as pessoas da corte espanhola do séc. XVII e também os tipos populares do seu país, documentando o dia a dia do povo espanhol num dado momento da história. Entre as obras que retratam a vida diária das pessoas simples estão A velha cozinheira, onde o artista usa tons escuros para o fundo, deixando expostos à luz os objetos cotidianos das pessoas que quer valorizar. Entre os retratos de pessoas da corte está As meninas, considerada uma das obras-primas de Velázquez. A tela transmite a sensação de profundidade da sala onde se passa a cena e revela um jogo de luz e sombra.

Diego Velázquez - As meninas
Diego Velázquez - As meninas

ESCULTURA

Havia nas esculturas renascentistas um equilíbrio entre os aspectos intelectuais e emocionais. Já nas obras barrocas, esse equilíbrio desaparece, dando lugar à exaltação dos sentimentos. As formas procuram expressar o movimento e recobrem-se de efeitos decorativos. Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e o rosto das personagens revelam fortes emoções e atingem uma dramaticidade desconhecida no renascimento.

Bernini é sem dúvida o mais completo, pois foi arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor. Algumas de suas obras serviram de elemento decorativo nas igrejas, como Baldaquino, na basílica de São Pedro, Vaticano. A obra dele que desperta maior emoção religiosa é a escultura Êxtase de Santa Teresa, feita para uma capela da igreja de Santa Maria della Vittoria, em Roma.

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