> Art Nouveau

Desde meados do séc. XVIII, o governo britânico procurava estabelecer uma colaboração entre as artes e a indústria artesanal, por meio da Society of Arts. Mas foi em 1835 que as escolas oficiais de desenho forma criadas com o objetivo de aprimorar o design das manufaturas e tornar a arte compatível com a industrialização.

Enquanto esse processo ocorria, surgiram críticos que propunham a volta da tradição artesanal da Idade Média. Entre eles estava John Ruskin, influente e respeitado crítico de arte e também professor nas escolas de desenho inglesas. As ideias de Ruskin influenciaram William Morris, um jovem arquiteto e sociólogo. Morris passou a divulgar a importância da renovação da tradição artesanal para melhorar o design, pois temia que o processo de produção industrial vulgarizasse ou mesmo destruísse o conteúdo artístico dos objetos industrializados. Morris pôs em prática essas concepções para projetar objetos para interiores e para a vida diária, como papéis de parede, vitrais, carpetes, tecidos, tapeçarias e móveis. Entretanto, ele percebeu que era impossível associar o consumo crescente com a técnica da produção artesanal: a Revolução Industrial havia criado definitivamente um nova realidade e era preciso aceitar o trabalho artístico mecanizado. Mas as ideias de Morris acabariam por constituir o Movimento das Artes e Ofícios (Arts and Crafts Movement), e foi com esse movimento que se estabeleceu a prática dos artistas de desenhar objetos para a produção em série pela indústria.

Na última década do século XIX, surgiu um novo movimento artístico que reuniu aas mais diversas tendências: as ideias da industrialização, do Artes e Ofícios, da arte oriental, das artes decorativas e das iluminuras medievais. Esse movimento se difundiu por toda a Europa e recebeu nomes diferentes nos diversos países, mas acabou ficando conhecido de forma geral pelo seu nome Frances: o Art Nouveau.

Nas chamadas "artes aplicadas", ou seja, aquelas que se dedicam a produzir objetos para o uso cotidiano, o estilo Art Nouveau recebeu várias contribuições. Entre eles estão os trabalhos dos ingleses Christopher Dresser, Walter Crane, Kate Greenaway e Charles Mackintosh. Todos eles produziram inúmeras peças de mobiliário, cerâmica, ilustrações para livros, portais e janelas com desenhos ricamente elaborados, muitas vezes recriando de forma elegante as linhas retas e curvas das formas vegetais. Na França, os trabalhos de René Lalique e Émile Gallé são os melhores exemplos. Usando pérolas, esmalte e cores suaves, Lalique criou jóias que representam flores, plantas e animais de aspecto frágil e delicado, como em "A mulher libélula". De Gallé são famosos os jarros de vidro, com linhas sinuosas, inspirados na natureza floral. Nos EUA, seu principal representante foi Louis Comfort Tiffany, que reuniu influências da arte japonesa e desenvolveu um novo método de produção de vidros ornamentais para luminárias, vitrais e vasos. Suas peças, opacas ou transparentes, eram baseadas em motivos naturais.

PINTURA

Dentre as artes decorativas, um dos nomes que mais se destaca sem dúvida é o de Gustav Klimt, que participou de uma exposição em 1902 em torno de uma homenagem ao compositor Beethoven, como autor do famoso "Friso de Beethoven" (1902). Entretanto, "O Beijo" (1907-08) é a obra de Klimt que mais difundiu a sua arte e mai foi reproduzida em todo o mundo.

ARQUITETURA

Na ARQUITETURA, mantendo a tendência decorativista que aplicara nos objetos do cotidiano o principal mérito desse movimento foi compreender que com o ferro e o vidro era possível criar formas novas. Victor Horta deu nova vitalidade à arquitetura da Bélgica ao empregar amplamente o ferro e o vidro em edifícios que projetou para Bruxelas. Por exemplo, usou o ferro em linhas sinuosas e com clara intenção decorativa nas grades dos corrimãos de escadas, como na Casa Tassel e no Hotel Solvay. Na frança, o emprego do ferro e do vidro levou a um excessivo floralismo decorativista, cujo exemplo mais claro são as conhecidas entradas do metrô parisiense, projetadas por Hector Guimard.

Na Espanha, essa busca de novas formas ganhou um caráter decorativa e fantasioso sem limites. A Casa Millá, a Casa Batló, o Parque Güell e a Igreja da Sagrada Família - obras do arquiteto Antonio Gaudí - surpreendem pelo inusitado das formas e pela decoração. 

De modo geral, o Art Nouveau procurou preservar o contato do artista com a natureza e desenvolver um artesanato habilidoso. Os pintores, escultores e arquitetos ligados a esse estilo tentaram escapar do crescente modo de produção industrial e criar peças e materiais construtivos, recorrendo aos processos artesanais. A principal conquista do Art Nouveau, porém, foi promover uma verdadeira unidade das artes. Desse modo, os móveis, os objetos do dia a dia e o próprio edifício passaram a ser criados com base em uma mesma tendência decorativa.